quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O Caminho

Um dia, quando eu olhar pra trás e ver do que foi feito o chão por onde eu passei, eu vou dizer se foi difícil.

Hoje me parece cascalho bruto e quente, por onde eu vim descalço.

Não corrí. Não tentei sair do caminho, só me apoiei. Certo que soube no que me apoiar, mas o mérito foi todo do apoio.

Escuro, perdido, frio. Gritei porquem sempre esteve alí, mas não ouví nada. Não tarde, percebí que a única pessoa que realmente não ia deixar de estar alí era eu mesmo. Daí não tive dúvidas, gritei que não conseguia enxergar o que estava pela frente.

E pasmo me ouvi responder. Estranha e calmamente eu respondi. Baixinho, mas muito claramente eu me disse exatamente qual era o caminho.

Hoje sinto que as pedras já não castigam tanto. Pensei: O chão mudou, mas percebí que foram meus pés que mudaram. Percebí que depois de escalpelados, feridos e então cicatrizados, sua pele, ora fina, hoje sequer sente o que está por baixo dela.


Certeza do caminho eu não tenho, isso é para os fracos. Tenho sim uma vontade imensa de correr.

Não tenho mais medo.


Se eu passei por tudo isso... Passo por qualquer coisa.