sábado, 28 de agosto de 2010

Idéias X Sangue

Já tinha percebido isso, mas chato que sou, continuo insistindo no contrário.

Mas vamos aos fatos:
Tenho recebido e-mails desaforados cobrando notícias minhas, de cabeça e de Cecília (minha chatinha que está dentro da barriga de luzes da madrugada). Já comentários sobre minhas últimas postagens...
Algo como:
- Estamos cagando pra saber a sua opnião sobre a política nacional, ou sobre a derrubada das barracas de praia de Salvador. O que queremos mesmo é beber seu sangue, tal qual o vampiro viado que brilha, queremos é saber de suas guerras pessoais e principalmente se vc tá se fudendo ou não.

Meus parcos leitores não estão nem aí pra minhas idéias.
O que é perfeitamente compreensível, visto que nem eu mesmo estou aí para as minhas idéias.

Não sei se fico alegre ou triste. Fico alegre porque depois destes anos acabamos criando algum tipo de relação e isso é muito bacana. Triste, tanto porque eu gostaria de ter mais idéias comestíveis, quanto porque a essa altura eu preciso fazer um mimimi qualquer pra fazer vocês continuarem vindo por aqui.

Sendo assim, prometo no próximo post, ou escrever alguma coisa sobre os balaios de gato em que me meto, ou enganar vcs mais uma vez.

Sem mais, subscrrevo.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sobre carros de som políticos

Se eu tivesse um candidato, digo. Se houvesse um nome que eu julgasse merecedor de um voto, seguramente ele o perderia se tivesse um carro de som, cantando uma musiquinha com seu nome.

Isso é seguro.

Essa semana eu peguei um engarrafamento homérico em Salvador.

Pablo essa frase não precisa ser dita, porque pra se ir a qualquer lugar, a qualquer hora, em Salvador vc pega engarrafamentos tsunâmicos.

É mas eu não moro mais em Salvador caras pálidas. Fui pro interior pra me livrar disso. Logo, pra mim engarrafamento é uma aberração. Deveria ser pra você também, mas isso é outra história.

Mas voltemos ao embuçetamento veícular.
Estava eu lá feliz da vida com o carro parado e à minha frente uma kombis com um sistema de som digno de um mine trio, cantando uma musiquinha irritante, sobre uma tal Maria Luísa.
Acho que é a mulher de Janjão Prefeito de Salvador.

Eu não me lembro o que cantava a modinha, porque aumentei tanto o volume do rádio, que passei a não escutar mais nada. Na verdade, ainda hoje, tenho dificuldades para ouvir em volumes normais.

Sendo assim, e não apenas por isso, deixo aqui mais uma dica pra você escolher seu candidato.

Tá na rua, passou um carro cantando aquelas musiquinhas feitas pra analfabeto e ou falando que o dado candidato é a solução de todos os problemas da humanidade moderna. Grave bem o nome dele e o exclua dos seus pretensos elegíveis.

E se vc é candidato, um recadinho:
É furada maluco, tira essa pica da rua que ninguém escolhe candidato pela música. Você é otário?
Com esse dinheiro você compra uma porrada de voto, ou cimento que dá na mesma coisa, ou bloco que dá na mesma coisa, ou cachaça que dá na mesma coisa. enfim você entendeu. Eu acho...

Sem mais, subscrevo.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

As barracas da orla de Salvador

Há alguns meses comecei a ver essa punheta na intenção das barracas de praia de Salvador.

Era uma masturbação difícil. Com o pau mole sabe?
- Derruba barraca;
- Aprova liminar;
- Juiz Derruba liminar. E por aí vai.

Não dei a mínima.
- Quero ver quem vai derrubar a Barraca do Louro, ou a Margerita.

Eis que há um mês e pouco atrás, a prefeitura derrubou umas cem barracas, justificando que as mesmas não tinham a mínima condição sanitária de operar.

- Há tá. Devia tá uma nojeira da porra. Eu já estive em barracas putamente imundas, sei o que é isso.
- Mas quero ver quem vai derrubar a Barraca do Louro, ou a Margerita.

De repente. Como num vídeo toscamente feito pro You Tube, começo a semana boquiaberto vendo a Prefeitura de Salvador metendo a pica na Barraca do Louro, passando por cima com um trator de esteira mesmo.
E não só nas tais barracas, mas a prefeitura tampou-lhe a porra e enfiou a xibata em TODAS, TODAS AS BARRACAS DE PRAIA DE SALVADOR.

Foi um choque. Eu não esperava ver na televisão nem o paraíso das bundas perfeitas e serelepes enfiadas em micro biquines (Louro), nem o édem do pagodão e dos rala as partes íntimas femininas no chão (barracas de praia de Itapoan, cidade baixa e adjacências) sendo destruídas.

Não esperava mesmo.

Pra entender melhor, procurei algumas fontes e pra poder tecer meu comentário, preciso antes explicar. Do meu jeito claro. Se vc quiser alguma coisa mais jornalistica vá ao site do Jornal A Tarde, ou da Rádio Metrópole.

Há alguns anos, a União (o mau supremo) criou o projeto Orla da União. O Projeto visava reorganizar os territórios de marinha mal ocupados em toda orla brasileira.

Pra que vc não confunda, como eu me confundí. Terreno de marinha é toda área que está até 38 metros de onde vai a água da maior maré. Terreno da marinha, são as terras dos moços que usam branco e não são pais de santo.
Assim, há mais ou menos4 anos, foi decretada a derrubada de todas as construções que explorando a praia, estivessem no tal território de Marinha da capital baiana.

A prefeitura interveio e pediu um prazo pra apresentar um projeto que diminuísse o impacto na economia e na vida social da cidade.

Aí começa a putaria:
Segundo João Henrique, o Prefeito de Salvador, doravante denominado Janjão.
O advogado da Assossiação dos barraqueiros não deixou o processo andar. Dificultou as reuniões, foi contra todos os projetos da prefeitura e pediu a substituição por duas vezes do juiz responsável por julgar o caso. O juiz por sua vez, quando teve seu nome mantido pela segunda vez a frente do projeto se retou e disse:
- É rebanhe de corno? Então tá decretado. Derruba essas porra tudo. E agora. Se não, eu mando prender o prefeito.
E o resultado vcs víram.

O advogado rebate dizendo que Janjão não apresentou um projeto consistente, que não recebia os barraqueiros e que quando recebia, colocava como interlocutor um secretário diferente, com um discursso diferente.

Janjão pediu um voto de confiaça aos barraqueiros, disse que a culpa é do advogado e da União e disse que tudo vai ser resolvido até a copa de 2014.

Daqui pra frente é comigo.

Como cada um diz uma coisa e nem tudo foi documentado a contento. Eu acredito em duas coisas:
1 - O discernimeto humano serve para ouvir o que se consegue e em cima disso tecer opniões. Certas ou erradas.
2 - O prefeito de Salvador é o cara mais hábil politicamente que a Bahia viu nascer desde ACM.

Ele sabe que a orla de Salvador é feia e que não existe outra forma de conserta-la, a não ser derrubando as barracas que ao longo dos últimos 50 anos foram se amontoando desorganizadamente nas praias de salvador.
Aproveitando-se disso, ele deixou correr o processo, fazendo exatamente o mínimo pra não ser taxado de ausente.
Daí o pau comeu, a advocacia da união fez o trabalho sujo e ele vai fazer o limpo que é chorar pro presidente dizendo que existem 3.000 pessoas desempregadas e que ele precisa de dinheiro pra construir uma nova orla. Vai fazer uma puta orla e vai entrar pra história como o prefeito que teve peito pra dar um choque de ordem na cidade.

Ufa. O post é grande mesmo. Respire fundo e vá com fé.

Outros grandes empreendimentos ainda existem em terreno de Marinha em Salvador. Na Ilha de Itaparica então...
Tenho certeza que as demolições não vão passar disso, porque quem tá chorando agora não tem representação política pra assustar.
O Louro, que deve ter lá alguma representação, nas cocó deve ter recebido alguma promessa de compensação.
Os outros barraqueiros que pensaram, como o advogado deles, que não ia dar em nada, vão fazer paralizações invisíveis e dar gritos inaudíveis até que passe esse mau estar inicial e a grande reforma venha.
Daqui há alguns anos o povo de Salvador vai olhar e dizer: - João Henrique foi foda. Sabe porque?

Porque o mundo é assim. Frio, duro e cabe a quem sobrevive a batalha, contar os louros da guerra.

Mas sinceramente? Quero ver derrubar o Clube Espanhol e o Barra Vento.

Sem mais, subscrevo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Manual prático para as eleições 2010

Caríssimos 2 ou 3 leitores que ainda continuam vindo por aqui, este é um post de utilidade pública.
Através deste, venho guiar vocês pelos confusos caminhos da escolha de um candidato para as eleições 2010.
Você que ainda não sabe em quem votar, ou mais importante, não sabe como escolher em quem votar, vai encontrar aqui as respostas para todas as suas apoquentações.

Porque eu faço esse tipo de coisa? Porque eu sou uma pessoa boa e me preocupo com vcs.

Isto posto, existem dois tipos de eleitores. Os instruídos e os não instruídos. E apesar de uns às vezes se portar como os outros, basicamente cada um vota conforme sua condição. Por conseguinte, a premissa para a leitura deste compêndio da literatura moderna, deita-se sobre o fato de que quem o faz é inteligente, culto, cheiroso e formador de opnião. Nesse sentido, apenas me debruçarei sobre o nosso jeito de escolher candidatos.

Para nós, minoria "letrada", dos eleitores desse Brasil, existem três formas bem definidas para a escolha de um candidato:

1 - Se vc conhece, é parente, ou diretamente ganha alguma coisa com dada candidatura;
2 - Se vc se identifica com a proposta de dada candidatura;
3 - Se dada canditatura de encaixa na sua proposta de voto.

A primeira forma é muito clara. Se vc tem um parente, amigo, ou individuo que te deve favores candidato ao pleito. Porque vc votaria em outro alguém? Não faz sentido.
A menos, claro, que o candidato em questão, seja aquele cara que vc odeia e ou tem inveja. Nesse caso, vc vai procurar o candidato com mais chances de vencê-lo e aliar-se a ele. Afinal, seja por inveja, seja por ódio, se o dado candidato ganhar, vc está diretamente ligado a problemas com as autoridades por no mínimo 4 anos.

A segunda forma, apesar de não tão clara, também é fácil de ser entendida. Vc é gay, preto, judeu, nerd, ou puta e durante toda sua vida foi discriminado. De repente, aparece um candidato se colocando como o representante da sua classe oprimida. Você, por mais instruído que seja acredita naquela provável bravata e se entrega ao maravilhoso mundo encantado em que um deputado do baixo clero vai deixar de trocar votos por dinheiro e vai ter condiçoes , caso lembre, de lutar por sua bandeira.

A terceira é a vertente com a qual eu mais me identifico. Nela, o indivíduo votante, tem um propósito frente a eleição e não ao candidato. Este propósito, pode ir do resgate da ética na política à sua definitiva avacalhação.
Digamos que o seu objetivo este ano seja renovar a política. Fácil, você procura um candidato que nunca tenha sido eleito (de preferência a nada) e vota. Mesmo que ele não seja um primor de candidato. O importante alí não é a pessoa, mas o que ela traz com sua eleição pro processo eleitoral.
Mas por outro lado digamos que vc, como eu, não aguenta mais ver as mesmas bandeiras eleitorais vomitadas por novos e velhos bonequinhos de luxo. Digamos que vc não aguenta mais assistir televisão e ver as seguintes declarações:
- Se eu for eleito vou lutar por saúde, educação, segurança e moradia para o povo pobre;
- Eu sou o candidato da mudança;
- Estamos no caminho certo, preciso de mais 4 anos pra continuar com tudo que conseguimos;
- Muito já foi feito etc, etc etc.
Se vc é um desses votantes sugiro que vc assista o vídeo abaixo.



Agora me responda:
Você consegue pensar num jeito melhor de mostrar que tem alguma coisa errada com o processo eleitoral do pais do que eleger uma assembléia de tiriricas?
Imagine o pobre do William Bonner tentando dar seriedade as transmissões enquanto ao fundo, mais um nobre deputado é suspenso por contar uma piada de francês no dia do Brasil na França.

Imagine Michel Temmer discursando na defesa da não aprovação, da criação do dia nacional da peruca.

Independente de partidarismo, eu inda não ví uma jogada de marketing tão boa quanto a avacalhação pró voto. Vide Léo Cret, que ao jornal online Terra de 8 de agosto, disse que quer ser presidenta do Brasil. E eu não duvido.

O fato, caros, é que independente da sua vertente política, ou de seu objetivo como eleitor. De vez em quando vc precisa vir aqui, neste minadouro límpido de coisas inteligentes, cheirosas e bolinativas e beber da seiva da cultura pós moderna.

E quanto ao voto ele é seu. Venda, troque por bloco, enfim exerça sua cidadania.

Sem mais, subscrevo.

domingo, 15 de agosto de 2010

...

Hoje eu percebí que eu não preciso de dinheiro.
Eu só preciso poder fazer aquilo que eu preciso fazer.