terça-feira, 24 de janeiro de 2012

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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Me apegando aos meus defeitos


Mudando de vida drasticamente pela enésima vez, percebo que cada coisa tem o seu impacto a seu tempo e a seu contexto (óbvio), mas não é esse o caso. Me impressiona como pessoas extremamente diferentes conseguem ter idéias tão iguais.

Me impressiona, tanto quanto, como uma mesma pessoa, consegue ter tanta certeza hoje e tanta amanhã sobre o exato oposto.
Uma montanha russa de descobertas sobre o universo humano tendo tão pouca amostra. Essa é a beleza e a dureza de se conviver com um espécie dessa raça.

E eis que em uma conversa animada e regada a goles sucessivos, uma pessoa que eu achava que conhecia me disse: - Você é intransigente. Parei. Respirei fundo e me lembrei que há algum tempo ofensa pra mim era justamente ser chamado de radical, ou intransigente. Pra mim, isso se assemelhava a burro.
Ensaiei uma revolta. Pensei: Logo eu, um cara com a cabeça tão aberta?

Falo ensaiei, porque muito mais forte do que o ensaio, me veio uma pergunta?
Será que ser intransigente é realmente ruim?
E muito mais forte do que a pergunta me veio a resposta.
Não. Ser intransigente pode ser a única reação realmente inteligente sobre algum ponto.

A conversa em questão era sobre Cecília essa mocinha que aparece no vídeo comendo farofa com a delicadeza de um motorista de trator.




Cecília é absolutamente tudo pra mim. Por ela eu já provei que sou capaz de tomar atitudes tão impensadas, quanto era impensado pra mim saber que se pode amar tanto uma pessoinha dessa.

Na tal conversa, houve em algum momento uma citação religiosa qualquer e uma pessoa falou:
- Assim que tiver um filho, ele vai pra igreja logo cêdo pra aprender a temer a Deus.

Eu de cá falei
- Pra mim religião é uma droga como outra qualquer e eu vou fazer o possível pra manter minha filha longe de uma e de outra.

Depois de vários comentários indignados ouví uma (me desculpe, mas idiota) argumentação:
- Mas se ela quiser?

Que eu rebati com:  
- Minha filha quer o que eu quero, numa proporção inversa a capacidade dela de compreender o que quer. Ou seja, enquanto ela não tem idade ou maturidade pra saber o que quer,  quem quer por ela sou eu.

Você é intransigente. Quer dizer que se ela quiser ir pra igreja você vai impedir?

Não. Eu levo ela, mas depois levo numa outra, e depois num tereiro, depois num centro espírita, numa Sinagoga. E finalmente eu vou dar livros que falem sobre a história política de cada religião pra ela.
 Depois, se ela quiser frequentar alguma, eu faço questão de acompanha-la, até sentir que ela tem maturidade pra assumir uma religião.
Se isso é ser intransigente que seja. E mais, que se fodam todos os dicionários e significados do mundo.

Me lembrei de João filho de Lory, respectivamente um sobrinho e um irmão de escolha, que perguntou aos pais o que era Deus. E me lembrei ainda mais da resposta:
Na verdade filho ninguém sabe. Existe um monte de gente que explica Ele do jeito que acredita, mas ninguém de verdade sabe. Pretendo dar essa mesma resposta pra Cecília.

A conversa continuou e eu vomitei mais uma série de defeitos que pretendo não abrir mão:

Vou ser incompreensível quando minha filha aos 14 anos disser que não quer mais estudar;
Vou ser agressívo se alguém tentar aliciar ela pra fazer qualquer coisa escondida dos pais;
Vou ser recorrente nos esforços pra que ela leia livros;
Vou ser impaciente quando ela com 12 anos insistir que quer dormir na casa da "amiguinha" que tem um "irmãozinho" de 15.
Vou ser chorão quando for na primeira festa de pais e ver ela fantasiada de borboleta.
Vou ser irresponsável pra gastar na festa de formatura dela
E a cima de tudo, vou ser um bobo apaixonado toda vez que ela olhar pra mim e fizer isso:

Ponto final.