Meu irmão não é muito chegado a dar descarga no banheiro e ontem minha mãe tava sacaneando ele, citando o vídeo do pastor/padre/animador de torcida que fala sobre a falta de atenção devida dada ao tão importante ato de limpar a bunda.
O vídeo é antiguinho, mas vale a pena.
Daí eu me imaginei naquele culto/missa/standupcomedy. Eu e cabeça.
Depois que ele acabasse eu falaria:
- Padre, padre o senhor se esqueceu de uma coisa:
- Mão a gente lava tanto, porque durante o dia, a gente leva muito ela aos olhos e à boca. Até sem querer, mas cu mesmo querendo, a gente não consegue passar o olho assim com essa frequencia né não? Botar na boca então...
- Vc é maluco, ou o que ? (esbravejaria cabeça)
- Cabeça, agora que eu achei uma igreja pra participar vc tá me podando?
E eu pensaria:
Cabeça não entende nada de religiosidade.
sábado, 27 de março de 2010
A geladeira
Cabeça botou na cabeça que temos que trocar a geladeira de casa.
- Vc não tampou o teryaki direito ele vazou todo dentro da geladeira, mas eu já limpei.
- Aproveite pra curtir essa geladeira, porque la está chegando aos seus últimos dias. Nesse momento eu imaginei ela com o revólver do pai na mão, atirando na pobre da geladeira e gritando: Mooooooooooooooooooooorra.
- Não fale assim dela. Ela já gelou muita cerveja minha. É como se fosse da família.
- Peguei ginge dela. (Se vc não sabe o que é ginge pergunte a ela)
- Vc sabe quantas cervejinhas geladinhas eu tomei graças a ela? Me pegando ao único argumento que eu julgava capaz de tocar aquele coração frio.
- Se for por isso nossa máquina de lavar também já gelou.
- Tá semana que vem a gente sai pra ver a geladeira.
Cabeça aprendeu rápido como derrubar bons argumentos.
- Vc não tampou o teryaki direito ele vazou todo dentro da geladeira, mas eu já limpei.
- Aproveite pra curtir essa geladeira, porque la está chegando aos seus últimos dias. Nesse momento eu imaginei ela com o revólver do pai na mão, atirando na pobre da geladeira e gritando: Mooooooooooooooooooooorra.
- Não fale assim dela. Ela já gelou muita cerveja minha. É como se fosse da família.
- Peguei ginge dela. (Se vc não sabe o que é ginge pergunte a ela)
- Vc sabe quantas cervejinhas geladinhas eu tomei graças a ela? Me pegando ao único argumento que eu julgava capaz de tocar aquele coração frio.
- Se for por isso nossa máquina de lavar também já gelou.
...
...
...
- Tá semana que vem a gente sai pra ver a geladeira.
Cabeça aprendeu rápido como derrubar bons argumentos.
terça-feira, 16 de março de 2010
Uma figura
Birineu foi uma figura ímpar. Tinha um jeitão militar de ser, mas era um chorão dos bons. Tudo emocionava o velho durão que parecia mais um pai do que um avô na minha vida e na de meu irmão. Era fácil derrubar o velho pelo coração.
Nenhum avô amou tanto seus netos, nem ensinou tanto. Pelo menos pra mim. Eu tenho tantas histórias dele que fica difícil saber por qual começar, mas vou apostar na surra da laje.
Um belo dia eu aprontei alguma. Claro. Não me lembro qual, mas tenho certeza que foi uma das boas.
Birineu passou a mão no cinto e correu atrás de mim. Eu espertão e no arrojo dos poucos anos, pus sebo nos joelhos, que naquela época funcionavam, pra dar um baile no velho.
Corrí, subí a velha escada de madeira que dava pra laje em três pulos. De lá, joguei a parceira de fuga pra baixo, na esperança que meu perseguidor não subisse atrás de mim.
Acho que eu esperava que meu avô fosse fazer alguma coisa do tipo: Ah que neto esperto eu tenho, subiu na laje e anulou o único jeito possível de realmente fugir e por isso eu não vou bater nele.
Quase isso. Birineu era professor na arte do ensinamento infantil e de baixo gritou:
- Não quer apanhar não? Fazer besteira quis não foi? Pois bem, quando vc quiser apanhar me chama. E saiu. Tem base?
Eu naquela época, cheguei a uma conclusão lógica: Sou fodão. Fugí da surra e ainda tava num lugar massa pra brincar. Aquele dia a laje era minha.
Só esquecí que sem cobertura e no sol, a laje ficava quente , dava sede e com o tempo fome.
Birineu sentado esperrava, esperava...
- Meu avô, quero descer;
- Não pode, pra descer tem que apanhar;
- Então não quero;
- Então tá.
Esperava, espera...
- Meu avô quero descer;
- Não pode, pra descer tem que apanhar;
- Então tá.
- Como fala então?
- Não sei;
- Te ensino; (olha a redenção do professor)
- Meu avô o Sr. pode me bater porque eu fiz coisa errada?
- Meu avô o Sr. pode me bater porque eu fiz coisa errada?
- E que coisa errada vc fez?
Não me lembro a resposta, mas na época eu falei e completei com alguma coisa do tipo: - Então meu avô o Sr. pode me bater agora por favor?
- Posso, peraí que eu vou botar a escada.
birineu foi buscar a escada tentando esconder o riso e eu pensei: Ele ganhou e tá feliz, vai me liberar. Comecei a descer a escada e antes de chegar ao meio, senti a borracha da sandália samurai nas pernas. Tudo bem, pensei. Correr não era mais uma alternativa.
Tomei minhas sandaliadas e depois fui, cansado, beber água e comer . Meu professor tinha deixado mais uma lição.
Nunca fuja por um lugar sem saída, ou alguma coisa mais significativa talvez. Vai saber.
Só sei que nunca consegui esquecer isso, e que se o objetivo era esse, ele conseguiu. Quanto a mim, até hoje, de vez em quando, me pego em cima daquela laje, olhando pra baixo e vendo meu avohai rindo com uma sandália na mão.
Sem mais, subscrevo.
Não naquele dia.
Nenhum avô amou tanto seus netos, nem ensinou tanto. Pelo menos pra mim. Eu tenho tantas histórias dele que fica difícil saber por qual começar, mas vou apostar na surra da laje.
Um belo dia eu aprontei alguma. Claro. Não me lembro qual, mas tenho certeza que foi uma das boas.
Birineu passou a mão no cinto e correu atrás de mim. Eu espertão e no arrojo dos poucos anos, pus sebo nos joelhos, que naquela época funcionavam, pra dar um baile no velho.
Corrí, subí a velha escada de madeira que dava pra laje em três pulos. De lá, joguei a parceira de fuga pra baixo, na esperança que meu perseguidor não subisse atrás de mim.
Acho que eu esperava que meu avô fosse fazer alguma coisa do tipo: Ah que neto esperto eu tenho, subiu na laje e anulou o único jeito possível de realmente fugir e por isso eu não vou bater nele.
Quase isso. Birineu era professor na arte do ensinamento infantil e de baixo gritou:
- Não quer apanhar não? Fazer besteira quis não foi? Pois bem, quando vc quiser apanhar me chama. E saiu. Tem base?
Eu naquela época, cheguei a uma conclusão lógica: Sou fodão. Fugí da surra e ainda tava num lugar massa pra brincar. Aquele dia a laje era minha.
Só esquecí que sem cobertura e no sol, a laje ficava quente , dava sede e com o tempo fome.
Birineu sentado esperrava, esperava...
- Meu avô, quero descer;
- Não pode, pra descer tem que apanhar;
- Então não quero;
- Então tá.
Esperava, espera...
- Meu avô quero descer;
- Não pode, pra descer tem que apanhar;
- Então tá.
- Como fala então?
- Não sei;
- Te ensino; (olha a redenção do professor)
- Meu avô o Sr. pode me bater porque eu fiz coisa errada?
- Meu avô o Sr. pode me bater porque eu fiz coisa errada?
- E que coisa errada vc fez?
Não me lembro a resposta, mas na época eu falei e completei com alguma coisa do tipo: - Então meu avô o Sr. pode me bater agora por favor?
- Posso, peraí que eu vou botar a escada.
birineu foi buscar a escada tentando esconder o riso e eu pensei: Ele ganhou e tá feliz, vai me liberar. Comecei a descer a escada e antes de chegar ao meio, senti a borracha da sandália samurai nas pernas. Tudo bem, pensei. Correr não era mais uma alternativa.
Tomei minhas sandaliadas e depois fui, cansado, beber água e comer . Meu professor tinha deixado mais uma lição.
Nunca fuja por um lugar sem saída, ou alguma coisa mais significativa talvez. Vai saber.
Só sei que nunca consegui esquecer isso, e que se o objetivo era esse, ele conseguiu. Quanto a mim, até hoje, de vez em quando, me pego em cima daquela laje, olhando pra baixo e vendo meu avohai rindo com uma sandália na mão.
Sem mais, subscrevo.
segunda-feira, 8 de março de 2010
Post pronto
Enquanto isso num dado grupo de amigos:
O Convite
amigos queridos como ninguém se manifestou além de Mel sobre o teatro desse fim de semana, vou fazer outro convite...vai ter show de Maria Gadu no próximo domingo e estou seriamente tentada a ir, então estou convidando quem quiser ir comigo, pra gente aproveitar pra se ver e ouvir boa música
bjos
Mas divirtam-se! Shimbalaiê pra todos!
Beijinho
Precisa de mais???
Sem mais, subscrevo.
A resposta
Maria Gadú me dá agonia, irmã! Parece que tô vendo um fantasma Cassiaelleriano! Enfim, ela me assusta! Vou não! rsrsrsMas divirtam-se! Shimbalaiê pra todos!
Beijinho
Precisa de mais???
Sem mais, subscrevo.
Há a infância.
Como vcs puderam ler no post abaixo, uma torrent de sentimentos da minha infância vieram a tona. Assim, resolví que vou fazer alguns posts com história de minha infância nesse quintal.
Vou tb apresentar a vcs minhas memórias de uma figura sensacional Birineu (pronuncia-se Birinêu) meu avô.
Birineu foi o avô que mais amou seus netos no mundo, mas tinha um jeitão todo particular de cuidar.
Hoje eu ainda posto um.
Sem mais (por enquanto), subscrevo.
Vou tb apresentar a vcs minhas memórias de uma figura sensacional Birineu (pronuncia-se Birinêu) meu avô.
Birineu foi o avô que mais amou seus netos no mundo, mas tinha um jeitão todo particular de cuidar.
Hoje eu ainda posto um.
Sem mais (por enquanto), subscrevo.
sexta-feira, 5 de março de 2010
Minha vizinha destruiu o quintal
Eu nasci em Salvador, mas fui ainda com cinco anos de idade pro interior.
Nazaré pra ser mais claro e Nazaré das Farinhas pra ser além de mais claro mais real.
Tive a melhor infancia possível naquele tempo. Quintalzão, galinheiro, arvóres pra cair do galho mais alto e tudo que uma criança pré computadoriana poderia querer pra uma felicidade completa e marcante.
Cresci de forma tão feliz e tão intensa que aquele quintal virou parte de mim. De mim, de meu irmão, meus primos e de todos os amigos da rua.
Lá era nosso campo de batalha, nosso espaço sideral, nosso mar, nossa floresta encantada. Lá crescemos dando asas a todas as imaginações pueris possíveis.
Essa semana eu fui pra lá e dei de cara com uma cena que me destruiu.
3 mangueiras, uma pitangueira e uma ingá. Tudo cortado em pequenos e cruéis pedaços.
Quando ví a cena fiquei parado me perguntando: O que passa pela cabeça de uma pessoa que assite tv e deve ler periódicos de qualquer linha, fazer uma coisa dessas?
Como uma pessoa mata uma planta com mais de 100 anos? E 5 plantas? Será que nunca ouviu falar em meio ambiente, ecologia nem nada do tipo?
Não quis procurar saber.
Nada ia justificar.
Mesmo assim, soube que uma das árvores estava "condenada" não sei por quem, soube também que ela se envolveu em algum negócio financeiro com a frente do espaço (sempre o dinheiro) e a nova dona queria o quintal limpo (limpo?).
Não quero ser hipócrita e me lembro que pra construirmos uma área no fundo da nossa casa, o meu jambeiro foi sacrificado, mas tinha um propósito. Pequeno, torpe, sei lá, mas tinha um motivo. Plantamos até um outro e mais dois coqueiros no espaço que sobrou. Pode ter substituído, ou não, mas tinha uma bosta de desculpa.
O que de pior, me ocorreu é que eu não tenho fotos desse espaço antes.
Talvez em segundo plano, mas não uma foto do meu mundo infantil. Esse, não existe mais. Está oficialmente morto.
Morreu, sem direito a adeus e levando um poquinho de todos nós com ele.
Sem mais subscrevo.
Nazaré pra ser mais claro e Nazaré das Farinhas pra ser além de mais claro mais real.
Tive a melhor infancia possível naquele tempo. Quintalzão, galinheiro, arvóres pra cair do galho mais alto e tudo que uma criança pré computadoriana poderia querer pra uma felicidade completa e marcante.
Cresci de forma tão feliz e tão intensa que aquele quintal virou parte de mim. De mim, de meu irmão, meus primos e de todos os amigos da rua.
Lá era nosso campo de batalha, nosso espaço sideral, nosso mar, nossa floresta encantada. Lá crescemos dando asas a todas as imaginações pueris possíveis.
Essa semana eu fui pra lá e dei de cara com uma cena que me destruiu.
Minha vizinha destruiu o quintal.
3 mangueiras, uma pitangueira e uma ingá. Tudo cortado em pequenos e cruéis pedaços.
Quando ví a cena fiquei parado me perguntando: O que passa pela cabeça de uma pessoa que assite tv e deve ler periódicos de qualquer linha, fazer uma coisa dessas?
Como uma pessoa mata uma planta com mais de 100 anos? E 5 plantas? Será que nunca ouviu falar em meio ambiente, ecologia nem nada do tipo?
Não quis procurar saber.
Nada ia justificar.
Mesmo assim, soube que uma das árvores estava "condenada" não sei por quem, soube também que ela se envolveu em algum negócio financeiro com a frente do espaço (sempre o dinheiro) e a nova dona queria o quintal limpo (limpo?).
Não quero ser hipócrita e me lembro que pra construirmos uma área no fundo da nossa casa, o meu jambeiro foi sacrificado, mas tinha um propósito. Pequeno, torpe, sei lá, mas tinha um motivo. Plantamos até um outro e mais dois coqueiros no espaço que sobrou. Pode ter substituído, ou não, mas tinha uma bosta de desculpa.
O que de pior, me ocorreu é que eu não tenho fotos desse espaço antes.
Talvez em segundo plano, mas não uma foto do meu mundo infantil. Esse, não existe mais. Está oficialmente morto.
Morreu, sem direito a adeus e levando um poquinho de todos nós com ele.
Sem mais subscrevo.
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