quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Obama, eu e Neto.

Obama não é tão preto assim, talvez por isso ele tenha sido eleito.
Obama não era pobre, nunca foi. Talvez por isso ele tenha sido eleito.
O importante não é isso (?). O importante agora é que estávamos, até minutos atrás, eu e Neto, meu cunhado, discutindo o quanto a vitória de Barak tinha a ver com a cor dele, ou o quanto a vitória dele seria importante pra sua cor.
Eu considero Neto um cara puta inteligente e também não me acho tão burro. A gente não concorda em tudo, mas discute mesmo assim. O que eu acho ótimo.
Talvez por isso, nós dois, ao mesmo tempo, percebemos o quanto a cor de uma pessoa ainda é determinante em uma conversa daquele porte e mudamos o rumo da prosa exatamente pra isso. Finalizamos achando que acabarão nossos dias por aqui e não veremos o tempo em que a cor das pessoas não seja recheio de conversa.
Eu particularmente acho que a mudança que tinha que acontecer por lá já aconteceu. Elegeram um preto de nome estranho. Pronto. Puta democracia, confusa, mas propensa a nos surpreender. Queria estar lá pra comemorar, afinal por aqui só tenho Lula pedindo pra derrubar as barreiras contra Cuba.
Não sou fã dos EUA, muito longe disso, mas lá ha 40 anos preto não podia votar, hoje é eleito.
Se a gente traçar um parâmetro com nossas paragens, vamos ver que o Brasil ainda não está pronto pra eleger um preto. A mudança ainda não chegou por aqui. Por aqui ainda discutimos políticas de cotas e tratamos a educação como uma bijuteria barata.
Portanto, Martin Luther King a parte.
Sonho com o casamento Gay liberado, com o dia em que o negro seja mais um, com o turbante sendo uma peça de roupa e com o empalamento de quem fomenta a gerra.
Viva a Obama? Nada.
Viva a mim e a Neto.

3 comentários:

Anônimo disse...

Epaaaaaaa, essa frase do início é minhaaaaaaaaa!! Do meu post q eu ainda nem escrevi! Mas já te contei!!! hihihihi Te amooooo e ficou de fuder!!!

Beauvoir disse...

Nossa, adorei o texto!
Desculpe-me pela expresão, mas é um puta blog!
Virei sempre aqui.
Beijos

Drummond disse...

Não estava presente quando da conversa com Neto - o que, por si só já é estranho - mas pegando o bonde andando, nos EEUU não existe essa coisa de não tão negro, não. Ou o cara é negro, ou nãoé. Mesmo que seja moreno, e claro, se veio de família negra é negro. Coisas do racismo deles lá, que não enxergam miscigenação.

E tenho dito.